És meu tesouro seguro
És meu tesouro seguro

És meu tesouro seguro

Published
Publicado em 1 de fevereiro de 2024
Tags
Poesia
Author
Sarah Poulton Kalley

Um tesouro certa vez me foi dado, Um presente de estima sem fim, E foi-me dito que deveria ser meu trabalho Meu tesouro guardar com cuidado: Era a tarefa na Terra pra mim.
Com passo descuidado eu dançava A vida era como dia de verão; As esperanças eram altas, o coração pulsava: Pobre coração! Força vã! Logo observava O caminho cercado de tribulação.
Por campos hostis as jornadas se dão, E as atravesso com pés negligentes; Sempre esqueço meu custoso galardão, E quase o perco como que de supetão Por traição e enganos, entrementes.
Meu tesouro, os inimigos quiseram despedaçar de minhas fracas e vacilantes mãos; Por vezes por ninharias mais leves que o ar Rendi-me, diminui minha atenção, E tremendo, esvaecendo no desesperar, Mal conseguia aguentar-me são.
Mas ainda estava lá Aquele que me procurou para me ajudar e socorrer; Tivesse o obedecido, veria o que me ensinou Como, sem perdas, Ele poderia ver quem voltou Dessa vez, de certo poderei vencer.
Mas eu fui teimoso, precipitado e vazio, Não atendia Seu chamado, Cercado de dores, com coração doentio Eu ouvia doce voz, como um cicio, E, então, eu tudo havia Lhe entregado.
E agora meu Amigo, poderoso Amigo, caminha sempre ao meu lado; Seguro Sua mão, ouço Seu tom, E na presença recebo a alegria, Seu dom, E estou saciado.
Extraído do livro Poemas perdidos: uma antologia do início do protestantismo no Brasil de Sarah Poulton Kalley