Quando o Senhor está graciosamente satisfeito em permitir que a alma derrame os seus desejos e ofereça seus anelos fervorosos aos Seus pés, e os expresse conforme Ele lhes dá, então clamar pelo Senhor não se torna um dever, que deve ser realizado como uma obrigação; não se trata de um constrangimento, que deve ser feito porque a Palavra de Deus o ordena; mas é um sentimento, uma experiência, uma obra interior, que brota da mão do Senhor e que flui do próprio canal divino do Senhor. Assim, quando o Senhor se alegra em derramar este 'Espírito de graça e de súplica', devemos orar, mas não oramos porque devemos, oramos porque não temos uma ocupação melhor, não temos desejo mais sincero, não temos sentimento mais poderoso, e não temos estímulos mais invencíveis e irresistíveis. O filho de Deus, por estar vivo, geme e suspira, porque esta é a expressão de seus desejos, porque é uma linguagem que expressa os sentimentos de seu coração e porque gemidos e suspiros transbordam pelo grande peso sobre ele. Um homem caído na rua com um grande peso sobre si pedirá ajuda; ele não diz: 'É meu dever pedir ajuda aos transeuntes', ele clama por ajuda porque deseja ser libertado. Um homem com uma perna quebrada não diz: 'É meu dever ir a um cirurgião', ele deseja a restauração do membro. E um homem com uma doença grave não diz: 'É meu dever ir a um médico'; ele necessita que o médico cure a sua doença. Assim, quando Deus, o Espírito Santo, opera em um filho de Deus, tal pessoa ora, não por um senso de dever, mas por um coração quebrantado; ele ora, porque não pode deixar de orar; ele geme, porque não pode deixar de gemer; ele suspira, porque precisa suspirar, tendo um peso, um fardo e uma experiência interiores, pelo que, e a partir disso, ele se vê compelido a invocar o Senhor.
Extraído do sermão Prayer and its Answer de J. C. Philpot